Rosto inchado e a maior pilha de papeis de chocolates já vista. Escalando com os olhos e relembrando cada uma das fases: na base da pilha, chocolate ao leite. O mais doce e o que pareceu mais apropriado para suprir as lágrimas. Logo em seguida, chocolate com amêndoas, o preferido. Para ocupar seu cérebro com outra coisa, que não essa vontade louca, envolvendo telefone e humilhação. Depois, amendoim, nozes e castanhas. O estoque de chocolate com amêndoas era limitado. Então, papeis de bombons escolhidos aleatoriamente em uma daquelas caixas com um de cada tipo. Para acompanhar os filmes depressivos.
Quase no topo, os chocolates meio e completamente amargos. Para a raiva. Nesse pequeno trecho, nenhuma embalagem jazia inteira. Todas dilaceradas. Obra de unhas e dentes traídos.
Mas reinando, em cima de todas as outras, uma embalagem sem graça e esnobe.
Light, para se livrar da culpa pelo resto da pilha.
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