No início dos tempos, as pessoas tinham duas qualidades indiscutíveis: opinião própria e bom gosto. Bandas veneráveis foram imortalizadas, como Queen e The Beatles. Existia o conhecimento de como fazer e como apreciar música.
Mas o século XXI chegou, e inventou um dos vírus mais letais da humanidade: as modinhas. Também chamadas por nossos pais de febre do momento e pelos gênios de abdução cerebral, chegam sorrateiramente e levam consigo o bom senso e o livre arbítrio de suas vítimas. Altamente contagiosas, infectam grupos inteiros em questão de dias. Mas tão rápido quanto chegam, somem. Às vezes, deixando seqüelas graves, como cabelos tingidos, anéis de pureza e tatuagens com letras de músicas significativas, como “Reboleichom é bom” ou, na falta da permissão dos pais ou da idade suficiente para isso, uma cicatriz no braço feita com compasso, onde lê-se EDU, remetendo a um dos maiores deuses da atualidade. Um genocídio social.
Certo dia, na casa de Kesha Rose Sebert, terrorista americana, faltou shampoo e creme dental. Escovou os dentes com uma garrafa de Jack e gravou uma música sobre sua night. Teve então a idéia genial de colocar um cifrão em seu nome. Mostrou sua musica aos seus amigos deficientes auditivos que, sem perceber que se tratava de uma mutação do vírus da abdução cerebral citado anteriormente, divulgaram-na e anteciparam 2012.
Estrago feito. Hoje, Ke$ha, embasbacada com a fama e sob poder de seu cifrão, não se importa mais com a limpeza de suas madeixas, e exibe orgulhosamente seu estilo engenhosamente horroroso e infectou milhares de inocentes com suas musicas tão profundas quanto buracos feitos com uma britadeira em meu coração.
Recentemente, ilustrou uma matéria da revista Veja sobre mau gosto. Mas isso não atingiu suas vitimas. Quem disse que elas têm neurônios o suficiente para acompanhar leitura tão complexa?
Sinto informar, mas as máscaras que você comprou para se prevenir do H1N1 não vão te salvar da abdução cerebral. Não existem meios cientificamente comprovados de prevenção. Mas deixo uma dica: vá ler um livro.
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