e não sou forte o bastante para lidar com essas mudanças.
a cada uma delas, perco uma parte de mim. temo que esteja deixando perdidas partes vitais.
não insistirei na nostalgia de ter de volta a infância. as mudanças são inevitáveis e essenciais, afinal, e a cada espaço liberado por um dos destroços de minha personalidade que se soltam, maior a minha nova capacidade de absorção.
mas elas são imprevisíveis, também, e sutis.
só me darei conta de que aconteceram quando encontrar o meu antigo exoesqueleto habitando uma recordação e assumindo um papel completamente diferente daquele que espera-se que eu assuma hoje.
me desculpe. fui pega desprevenida - não existem providências que possam ser tomadas para evitá-las ou torná-las menos drásticas.
embora essas partes que fui deixando cair talvez não me pertençam mais, a única coisa que preciso esclarecer, e muito provavelmente a única atitude que sou capaz de tomar diante do fato da minha instabilidade, é que eu nunca serei eu sem todas essas partes.
eu posso tê-las abandonado, mas elas ainda me são.
que essas partes pudessem entender que se são partes é porque compõem um todo. se são partes é porque são minhas.
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